quinta-feira, 22 de julho de 2010

Imprensa: "A Arte de Inventar Profissões"

«Reinventar aptidões


Num mundo em constante mutação, Sergio Bulat revela, num pequeno livro, algumas dicas preciosas para quem procura mudar de ofício ou para quem, simplesmente, se encontra insatisfeito com a sua actual função.

No actual cenário de crise são muitas as pessoas que, diariamente, perdem os seus postos de trabalho. Enquanto uns tentam encontrar uma função semelhante àquela que desempenhavam numa outra empresa, outros aventuram-se na criação do seu próprio emprego. Algumas destas pessoas chegam inclusivamente à conclusão que andaram durante anos a batalhar por uma carreira que, afinal, não fazia assim tanto sentido, e descobrem que têm vocação para desenvolver funções completamente diferentes. O livro A Arte de Inventar Profissões, de Sergio Bulat, um advogado com master em Jornalismo, destina-se não só a quem enfrenta o drama do desemprego, mas também a todos os que se encontram desiludidos com a profissão que exercem. O autor acredita que inventar um novo ofício permite “não só desenvolver todo o nosso potencial, como também pode ser uma das poucas estratégias de sobrevivência laboral no futuro”.

Da teoria à prática
Na primeira parte desta obra é desenvolvida uma teoria, suportada por especialistas, que aponta que, por volta do final da primeira década do século XXI, uma em cada três empresas perderá autonomia, quer por ter caído na falência quer por ter sido absorvida por outra, mas também porque poderá passar a redefinir o seu core business. Analisando o actual mercado de trabalho, Bulat sustenta que grande parte dos trabalhadores está insegura, uma vez que não têm estabilidade laboral, nem promoção na carreira, nem aumentos salariais garantidos. Mas há mais, segundo um estudo norte-americano, os trabalhadores sofrem de stress, descontentamente, desmotivação e sentem deslealdade por parte dos seus companheiros.
O autor analisa ainda a situação dos jovens nas sociedades contemporâneas que enfrentam todos estes dilemas e que, grande parte das vezes, nem 1000 euros auferem por mês. Após traçar esta realidade, o escritor apresenta as vantagens da criação de uma nova profissão, entre as quais está a satisfação pessoal e o prazer que se sente perante a total independência a nível laboral. Também ele inventou uma das profissões que actualmente exerce, a de coach literário, que exerce a par da escrita. A terminar são desvendadas algumas dicas para se alcançar uma profissão com futuro, sob o lema de Coco Chanel: “Para se ser insusbtituível, tem de se ser diferente".»
Elite Negócios, Junho de 2010

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Imprensa: "A Bola Não Entra por Acaso"

«Não, não é por acaso...


Ferran Soriano transformou o Barcelona em muito mais do que um clube. “A Bola Não Entra por Acaso” mostra como o fez

Pelo título pode parecer que sim, mas não – A Bola Não Entra por Acaso não é um livro de futebol. E apesar do que está no pós-título também não é um livro de gestão. É muito mais do que ambas essas coisas – é uma viagem maravilhosa por um mundo cheio de mistérios, tendo o FC Barcelona como ponto de partida e de chegada. Ferran Soriano foi seu director-geral e seu vice-presidente entre 2003 e 2008. Quando lá entrou tinha 36 anos e carreira fulgurante na área das ciências empresariais, transformou-o num dos culbes mais rentáveis do universo. Ao longo das páginas desta sua obra correm histórias reais que, por vezes, parecem anedotas – por exemplo, a que conta que Geovanni e Rochembak foram contratados por 18 e 12 milhões de dólares simplesmente porque alguém foi capaz de convencer directores do Barça de que eram novos Garrincha e Neeskens.
FC Porto e um mito desmontado
Desmontam-se mitos – como esse de que as equipas que ganham aão as que pagam os slários mais altos, as que são capazes de contratar os jogadores mais sedutores. E para a desmontagem usa-se o FC Porto. “O clube não ganha dinheiro, pelo contrário tem um orçamento estruturado para perder em cada época uns 10 milhões de euros na sua actividade corrente. No entanto, converteu-se num negócio extraordinário com a compra e venda de jogadores, sobretudo brasileiros, aos quais serve de ponte para os maiores clubes, aproveitando o facto de a legislação portuguesa permitir nacionalizar brasileiros de uma forma célere. E numa época em que conseguiu reunir um bom punhado de talentos, dirigidos por José Mourinho, chegou a ganhar a Liga dos Campeões. Depois dessa época de sucesso, o Porto negociou os melhores jogadores e obteve uma receita extraordinária de 80 milhões de euros, com os quais poderia financiar o seu fédice estrutural e recorrente dos oito anos seguintes...”

Saviola ou o golo a 6000 euros
Revelam-se estratégias de gestão – e segredos da revolução de Soriano inspirado na analogia do Rato Mickey da Disney com o David Beckham do Manchester United. Fala-se do rebuliço no mercado que Roman Abramovich causou com os 166 milhões de euros que puseram no Chelsea Mourinho, Drogba, Cech, Ricardo Carvalgo, Paulo Ferreira, Robben – e do FC Barcelona a ir por outro lado, criando esquema novo de pagamentos, uma parte fixa, outra variável, bem diferente do de Saviola que, irritado com a mudança, se foi embora: “No seu contrato tinha uma cláusula que dizia que deveria receber 6 mil euros por cada golo que marcasse. Lembro-me do aborrecimento monumental de Franck Rijkaard quando soube disso...”

30 milhões de Pepe, o e-mail
Sim, através de Feran Soriano não se fica a saber apenas como se constrói uma equipa vencedora, como se gere o capital humano do talento extraordinário, como se pode inovar de forma prática e eficiente – ainda se fica a saber quais os melhores trilhos para se fecharem negociações com suceso. A propósito, conta-se como a notícias da Marca de que Pepe deixara o FC Porto, acabara de assinar pelo Real Madrid por 30 milhões de euros levou a um e-mail que pôs a negocioção de Milito em ponto crítico – porque o Barca queria dar “apenas” 15 milhões por ele...

Galácticos… roubados?
De quando em quando, salta a crítica a outros modelos: o que acontece quando o Real joga nas contratações dos galácticos com os seus direitos de imagem: “Distrai o jogador do que é realmente importante, que não é outra coisa senão treinar, jogar e ganhar. Quando assinavam os grandes contratos, ficavam muito satisfeitos. Porém, meses mais tarde, quando filmavam um anúnicoo por 200 mil euros e 100 mil iam parar aos cofres do clube, pareciam que estavam a ser roubados…”
E é por tudo o que desvenda que o livro de Soriano é o que é: “pensado para partilhar um pouco da lógica, do senso comum e das ferramentas de gestão que vi serem usadas no mundo do futebol ao longo destes últimos anos” – sem ser compêndio descritivo de ideias teorias. “Também não é um livro de histórias engraçadas, nem de memórias, bem pretende distribuir medalhas.” Pois não. E quando se chega ao fim vê-se que é mesmo assim: a bola não entra por acaso...»

A Bola, 23 Junho 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Imprensa: "A Bola Não Entra Por Acaso"

Entrevista Ferran Soriano, presidente da Spanair e autor do livro “A Bola Não Entra Por Acaso”



“Para acontecerem golos são necessárias técnicas de gestão”

Soriano, ex-vice-presidente do Barça revela, em livro, as técnicas de gestão que permitiram dar nova vida ao clube catalão.


Ferran Soriano foi vice-presidente do Futebol Club Barcelona, entre 2003 e 2008, experiência que agora pode partilhar com gestores de topo explicando como os ensinamentos do futebol podem dar um contributo à gestão empresarial.
Para este gestor, licenciado em ciências empresariais e com um MBA realizado na ESADE, as lições poderão ser muitas. Desde “as tácticas dos treinadores à liderança dos capitães e à organização das equipas.” Para Soriano, que é actualmente Presidente da Spanair, a segunda maior companhia aérea espanhola, o dever de um líder é adaptar-se à equipa e não o contrário.

O que é que o futebol tem a ensinar à gestão?
Por um lado, o futebol é uma indústria como qualquer outra, só que menos estudada e analisada. Fala-se muito do que acontece no campo e muito pouco do que acontece na chamada secretaria dos grandes clubes. Vale a pena entender a estrutura da indústria e as estratégias dos actores principais. As lições servem para outras indústrias. Por outro lado, o futebol serve como metáfora da vida e dos negócios. O que acontece em campo é a mesma coisa que acontece numa empresa. Só que em campo está tudo concentrado em 90 minutos e num espaço reduzido: as tácticas dos treinadores, a liderança dos capitães, a organização das equipas. Pode-se aprender com elas e aplicá-las ao dia a dia dos nossos negócios.

Quer dar-nos um exemplo de tácticas?
A colocação dos jogadores no campo, a escolha do enfoque no ataque ou na defesa, como defender atacando e atacar defendendo, são exemplos de tácticas de futebol que se aplicam também aos negócios. A tipologia e o carácter dos jogadores que se colocam no campo em cada momento também dão lições às empresas: visionários no ataque que lideram a estratégia ou os esforços comerciais, conservadores na defesa ou nos departamentos financeiros, grandes trabalhadores nomeio campo, os que fazem as coisas acontecer, no relvado e no mundo empresarial.

As maiores lições de liderança são?
Na minha opinião, uma das grandes lições é que o líder tem que saber adaptar o seu estilo de liderança à equipa que tem, e não o contrário. Muitas vezes, quando pensamos em líderes, imaginamos pessoas carismáticas, de forte personalidade, a quem os outros seguem. Mas os melhores líderes, os que mantêm a liderança por períodos longos, são aqueles capazes de compreender qual é o estilo de liderança de que o grupo precisa. São os líderes que têm que entender o grau de empenho do grupo e o valor do seu talento. E têm que se adaptar com estilos de liderança mais centralizadores, de delegação ou de ‘coaching’. Parecem-me também muito interessantes as ideias de como organizar e manter uma equipa ganhadora. A fórmula do compromisso vezes equilíbrio elevado ao talento funciona no futebol, mas funciona também em qualquer outro negócio. Para se ter sucesso é necessário ter uma equipa empenhada, que trabalha não só pelo seu salário, equilibrada no sentido em que cada um sabe e aceita o que deve fazer para o bem colectivo. E que usa o melhor do seu talento.

Como se pode inovar de forma prática e eficiente?
A inovação começa sempre no consumidor, no cliente, na observação de atitudes e preferências, muitas vezes sem perguntar. Inovar não é inventar novos produtos e tecnologias, é tão só descobrir novas necessidades dos consumidores, que existem, mas que eles não sabem ainda expressar. Esta inovação pode ser feita em qualquer lugar do mundo, basta uma atitude corajosa e criatividade.

O que pensa do treinador português José Mourinho?
Mourinho já é um dos grandes treinadores da história do futebol. O que ele conseguiu com o Porto, o Chelsea e o Inter é impressionante. Merece grande respeito e admiração. Se tivesse que pensar num desafio para ele, colocar-lhe-ia o de ficar por um longo período de tempo num clube e adaptar o seu estilo de liderança às necessidades de mudança da equipa. Isto é, fazer a equipa adaptar-se ao estilo dele.

Mafalda Avelar, Ideias em Estante, Diário Económico, Junho 2010

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Novidades de Julho


Ubuntu!

Uma História Inspiradora Sobre Uma Tradição Africana de Colaboração e Trabalho de Equipa
Stephen Lundin e Bob Nelson

Uma história poderosa com base na filosofia africana de trabalho em equipa e colaboração que tem o poder de transformar as nossas relações profissionais e pessoais.
John Peterson, o novo director de um departamento de crédito numa grande empresa, está com dificuldades no seu trabalho. A sua equipa não está a trabalhar tão bem quanto seria necessário e o departamento arrisca-se a não cumprir os seus objectivos. A única solução que John vê é assumir mais responsabilidades e fazer ele mesmo o trabalho que falta – à custa de noites e fins-de-semana.
Quando um membro da sua equipa começa a ficar até mais tarde para lhe fazer companhia – um jovem vindo de uma pequena aldeia africana – aprende o poder da tradição ancestral africana de Ubuntu! Pouco a pouco, John começa a mudar a forma como encara o seu trabalho, a sua equipa, e até a sua vida.
Uma narrativa cativante e inovadora com uma mensagem profundamente original para o mundo empresarial contemporâneo, Ubuntu! revela as estratégias mais eficazes para ultrapassar os receios, inseguranças e o egocentrismo que permeia os nossos ambientes de trabalho, substituindo-os com uma cultura de respeito e colaboração.

Sobre os autores:
Stephen Lundin é autor do best-seller internacional Fish (Presença, 2002). É um conferencista e consultor de renome mundial.

O Dr. Bob Nelson é presidente da Nelson Motivation Inc., uma empresa de consultoria e formação de gestão. É autor de diversas obras acerca de gestão e liderança, incluindo Não Faça o Que Eu Mando, e as obras da série “1001 Ways”, que já venderam, no seu conjunto, mais de um milhão de exemplares. É co-autor de A Bíblia da Gestão e de Vive em San Diego, na California.

ISBN: 978-989-811-554-6; 144 pág.; € 15,50
Lançamento: 9 de Julho



Riquistão
Uma Viagem Pela Vida dos Novos Ricos
Robert Frank

Há um novo país a emergir. Por enquanto, está a desenvolver-se dentro das fronteiras dos EUA, mas já se está a expandir também para a China, a Índia e alguns países árabes. É um país com uma população superior à da Dinamarca ou da Bélgica, composta inteiramente por milionários (mas atenção: quem tenha um milhão para gastar não é milionário, mas apenas «abastado»; para se pertencer a este país, tem de se ter, no mínimo dos mínimos, um capital descartável de um bilião). A origem das suas fortunas é diversa – desde especulação imobiliária a empresas na Internet, da agricultura à banca – mas é sempre acumulada rapidamente e cria riqueza de forma exponencial. Cuidar, manter, aumentar, perpetuar – e gastar – estas fortunas é a missão da vida destes novos milionários.
Bem-vindo ao Riquistão, a pátria dos novos novos-ricos, milionários de primeira geração. Não são aristocratas, não são de boas famílias, como os Rockeffeler ou os Guggenheim, nem sequer, em muitos casos, eram de classe média; são empresários que, com uma mistura de sorte e visão, conseguiram acumular milhões de dólares de capital descartável. E gastam-no tanto em Rolls Royces, iates e festas como em pessoal para gerir as suas fortunas (algumas casas de riquistaneses têm uma organização mais complexa que muitas empresas), em filantropia (embora prefiram contribuir para organizações de caridade com fins lucrativos) e em política. Riquistão lê-se como um divertido romance ou um guia de viagem, mas constitui também uma reflexão séria e profunda acerca das origens da riqueza na nossa sociedade e sobre o futuro da economia mundial.

Sobre o autor:
Robert Frank é jornalista do Wall Street Journal há mais de 13 anos. Escreve uma coluna semanal e um blogue, The Wealth Report. Fez parte de uma equipa de repórteres premiada com o Overseas Press Club Award pela sua cobertura de economias em vias de desenvolvimento.

Elogios:
«Quando Frank, colunista do Wall Street Journal, começou a reparar que o número de americanos ricos tinha crescido para mais do dobro na última década, e que eles começavam a agrupar-se em enclaves, decidiu investigar esta nova sociedade, onde um bilião de dólares mal dá para pôr o pé na porta. Os riquistaneses consideram-se pessoas normais que, por acaso, têm muito dinheiro, mas vivem num mundo onde as pessoas compram barcos só para transportar os seus carros e helicópteros atrás do seus iates, e encomendar um forro de pele de crocodilo para o assento da sanita não espanta ninguém. Mas Frank não se concentra apenas no consumismo desenfreado. Fala com filantropos que aplicam os seus princípios de investimento às suas doações de caridade e com angariadores de fundos para políticos que usaram os seus milhões para alterar a legislação estadual. Também fala com pessoas para quem a riqueza súbita se transformou num fardo e que vão a reuniões de grupos de investidores que mais parecem sessões de psicoterapia. Nas páginas finais, Frank reflecte sobre a crescente separação entre o Riquistão e o resto do mundo. Este livro cria a sensação de se estar num grand tour, e o estilo de Frank é leve e elegante.»
Publishers Weekly

«Todo o bom jornalismo é, na verdade, literatura de viagem. Um autor prepara-se para uma história como um correspondente o faz. Compra mapas, aprende a língua, confraterniza com os nativos, e depois escreve. Foi o que Robert Frank fez.»
New York Times

ISBN: 978-989-811-535-5; 264 pág.; € 19,90
Lançamento: 9 de Julho